quarta-feira, 1 de agosto de 2007

João Cabral de Mello Neto


O zapin me trouxe a notícia da morte de João Cabral de Mello Neto. Havia uma entrevista do Pedro Bial com ele na Globo News. Sofrível, já que o entrevistado falava de menos e Bial, de mais. Mais sofrível ainda que ele, sincero demais, mostrava como estava debilitado.
_ O senhor se incomoda de "Morte e Vida Severina" um poema feito por encomenda ser a sua obra mais conhecida?
_ Não, não me incomodo. Não acho que seja a melhor coisa que fiz, mas isso não me incomoda.
_ Como é o seu dia-a-dia?
_ Fico o dia todo ouvindo a CBN, já que não posso enxergar.
_ O Brasil dói?
_ Só quando estive fora. Quando estou no Brasil o que dói é Pernambuco.
_ Fazendo uma alusão a Drummond que dizia que Minas não há mais, ainda há Pernabumco?
_ Há, há sim. Apesar de toda a modernidade o interior e Recife estão lá, não mudaram quase nada.
_ O senhor tem algum pensamento que o persegue?
_ Não.
_ Sabe um poema seu ou de outrem de cor?
_ Não.
_ Tem medo da morte?
_ Tenho sim, principalmente do inferno de que falava os padres do colégio Marista. Eu sou um materialista, mas tenho medo do inferno.

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