sábado, 6 de fevereiro de 2010

Disputa na Agenda Legislativa

Temer e a redução da jornada
Ilimar Franco informa: Os presidentes das centrais sindicais dos trabalhadores e patronais estão sendo chamados para uma reunião, quartafeira, com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDBSP).
Cotado para ser o candidato a vice da chapa de Dilma Rousseff, Temer quer votar, no primeiro semestre, a emenda constitucional que reduz a jornada semanal de trabalho de 44h para 40h. Na mesa de negociação, a implantação gradual da redução, uma hora a cada ano, a partir de 2011

Economia sem análise é sutiã sem alça


Quem procura jornalismo econômico, acaba encontrando algumas vezes economia de jornalismo. As manchetes alertando para o aumento da inflação escamoteiam o principal e até o consensual: as pressões inflacionárias foram sazonais, por causa das chuvas que castigam regiões produtoras, e isoladas, porque houve uma concentração de reajuste de preços de transporte público em vários estados. O Estadão procura e dá destaque ao secretário de Politica Econômica, Nelson Barbosa, dizendo justamente isso. A Folha fez terrorismo, com extrapolação estatística mostrando que essa é a maior alta em 20 meses e que, projetada em 12 meses, a inflação está fora do "centro da meta". Risível. Se eu fizer isso com o meu peso depois do Natal, estarei, em um ano, com 230 quilos! Uma matéria da Folha é particularmente interessante ao informar que está tudo bem com a política cambial, apesar da incrível alta de 0,38% em um dia! E 2,35% em dois dias. Uma excelente hipótese, bela apuração e texto, mas só senti falta de um pouco mais de contexto.

Política é, também, discurso


O Governo vai, de maneira inteligente, encontrando o discurso que deve dar alguma sustentação ideológica à sua candidata. A idéia, aparentemente simples, foi utilizada na campanha de 2006, só que já próximo das eleições: a velha questão do privatismo versus estatismo. Desta vez, ela vai mais cedo, conforme revela matéria publicada neste sábado pelo Globo, página inteira do principal caderno, mais matérias na página sequinte. A Folha de São Paulo também acerta na reportagem e fala em "guinada à esquerda". A estratégia - que deve tomar a pauta da mídias nas próximas semanas, deve centrar fogo no programa Minha Casa, Minha Vida e no projeto de banda larga na escola. Ou seja, não se trata de eleição plebiscitária, pois o governo aposta em propostas para o futuro. Enquanto isso, a oposição... faz o jogo do governo, compra a pauta e repercute muito mal, com um discurso economicista, um rascunho de proposta que será submetido ao congresso do PT. Dá a impressão de que estão com saudades do PT da Carta dos Brasileiro. O DEM e o PSDB sequer têm coragem de repercutir o Ciro Gomes, que vem metralhando o PT. Afinal, como disse o Millôr: "não é porque sou paranóico que não estou sendo perseguido!". É de dar pena essa estratégia e a completa falta de assunto político...
Serra, por sua vez, aparece no Estadão numa foto pouco simpática, tentando vencer, com um abraço, a timidez de uma criança. Defendeu uma pauta que não é dele (a autonomia do judiciário, ainda repercutindo o PNDH III) e informando que vai receber Madonna.

A matéria do Globo é a mais completa dos jornalões. Conta que na inauguração da primeira fábrica de chips da América Latina, a estatal com fins lucrativos Ceitec, da área de microeletrônica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, précandidata do PT à Presidência, exibiram ontem em Porto Alegre discurso afinado na defesa da presença forte do Estado na economia.
Um argumento que deve ser batido durante a campanha está pronto: "O presidente declarou que o governo não quer “estatizar por estatizar”, mas não abrirá mão de mostrar que “tem bala na agulha” para forçar o empresariado a ser mais parceiro e competitivo. Deu como exemplo a intenção de levar banda larga a todas as escolas públicas do país, com ou sem a participação da iniciativa privada."
O discurso serve para justificar e ampliar os efeitos do Minha Casa, Minha Vida: Dilma ilustrou seu pensamento com o seguinte exemplo: — Como é que a gente vai fazer moradia para todos os brasileiros que ganham até três, quatro salários mínimos, sem subsídio? A equação não fecha, porque o que eles ganham não é suficiente para pagar uma casa.
Aí o Estado tem de entrar pesado."

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CIRCULAÇÃO DOS MAIORES JORNAIS BRASILEIROS CAIU 7% EM 2009!

Do ex-blog do Cesar Maia

(Meio & Mensagem, 01) 1. Caiu 6,9% a circulação somada dos 20 maiores jornais diários brasileiros em 2009. Onze títulos viram seus números encolherem durante 2009. Os dois que mais caíram foram os do Grupo O Dia, do Rio de Janeiro: O Dia (-31,7%) e Meia Hora (-19,8%). Também tiveram quedas Diário de S. Paulo (-18,6%), Jornal da Tarde (-17,6%), Extra (-13,7%), O Estado de S. Paulo (-13,5%), Diário Gaúcho (-12%), O Globo (-8,6%), Folha de S. Paulo (-5%), Super Notícia (-4,5) e Estado de Minas (-2%).

2. A liderança continua com a Folha de S. Paulo (média diária incluindo domingo, de 295 mil exemplares), seguida por Super Notícia (289 mil), O Globo (257 mil) e Extra (248 mil). Em quinto lugar está O Estado de S. Paulo (213 mil), à frente do Meia Hora (186 mil) e dos gaúchos Zero Hora (183 mil), Correio do Povo (155 mil) e Diário Gaúcho (147 mil). O top 10 se completa com o Lance (125 mil).

3. Apenas seis conseguiram melhorar seus desempenhos de acordo com dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). São eles: Daqui (31%), Expresso da Informação (15,7%), Lance (10%), Correio Braziliense (6,7%), Agora São Paulo (4,8%) e Zero Hora (2%). Mantiveram-se estáveis: Correio do Povo, A Tribuna e Valor Econômico, que encerraram o ano passado com circulações bem próximas às do fechamento de 2008.

Redes Socias na Internet: por que desconfiar, por que aderir


Twittar ou tuitar?Nelson Vasconcelos de O Globo (www.oglobo.com.br)

E o Twitter chega a 75 milhões de usuários. Mas tem o seguinte: nada menos que 40% deles nunca enviaram qualquer mensagenzinha para a rede. Ou eles ficam só espiando as dicas alheias, o que me parece legítimo, ou apenas se inscreveram no serviço e caíram fora, o que é bem comum e compreensível.

Além disso, 25% dos twitteiros não têm seguidores.

Quer mais? Pois 80% do total twittou menos de dez vezes. No fim das contas, o levantamento da RJMetrics identificou que somente 15 milhões de usuários participam ativamente do microblog.

Altíssima
Por falar em números: ano passado o Facebook chegou à marca de 350 milhões de usuários registrados. Nada menos que 175 milhões deles dão uma conferida nos seus perfis todos os dias.

Segundo a Pingdom, existem 500 mil aplicações ativas no Facebook. E tem gente que não entende para que servem as redes sociais.

Pré-sal aumenta a pressão no Congresso

Pré-sal: Câmara pode votar amanhã

Cristiane Jungblut de O Globo

BRASÍLIA. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), com apoio do governo, quer concluir amanhã a votação do projeto que trata da partilha dos royalties na exploração do pré-sal. No entanto, sabendo que há dificuldades políticas para o encaminhamento, governistas tentam acordo com a oposição para “salvar” a votação imediata dos projetos de capitalização da Petrobras e de criação do Fundo Social, menos polêmicos. Até agora, só o projeto que cria a Petro-Sal seguiu para o Senado.

Temer colocou o mais importante projeto do pré-sal como primeiro item da pauta, por acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) não vai acolher o pedido do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para que não seja votada a emenda feita ao texto — apresentada pelos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG) — que redistribui os royalties a todos estados e municípios, prejudicando o Rio de Janeiro.

A posição do governo é contra a emenda Ibsen, preferindo o texto acordado pelo relator Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Ontem, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, conversou com Temer e disse ao GLOBO que, se uma proposta radical for aprovada, a tendência é o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Assessores técnicos da Câmara acreditam que o STF não vai interferir numa decisão interna tomada por Temer. O mandado de segurança, com pedido de liminar, foi apresentado por Eduardo Cunha junto ao STF com apoio do governador do Rio, Sérgio Cabral.

Regina Alvarez, de O Globo

Plano B

O governo vai tentar de tudo para liquidar a fatura do modelo de partilha do pré-sal na Câmara, concluindo a votação do projeto antes do carnaval.

Uma hipótese cogitada nos bastidores do Congresso é o uso de uma manobra regimental para derrubar o destaque do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), atenuando, assim, o desgaste dos parlamentares da base que são do Nordeste.

A proposta de Ibsen é dividir os royalties entre todos os estados brasileiros, o que implica perdas para o Rio de Janeiro e Espírito Santo, mas beneficiaria os demais.

A manobra regimental consiste no encaminhamento da votação de forma que, no momento de discutir o destaque do deputado Ibsen Pinheiro, não seja mais possível pedir verificação de quórum.

O destaque seria rejeitado por votação simbólica, sem nominar os parlamentares que votarem com o governo.

No fim do ano, a divisão da base abriu espaço para a aprovação da emenda de Ibsen no plenário da Câmara, e o governo, assustado, preferiu adiar a votação para 2010.

Pesquisa mostra que políticos são desconhecidos

De O Globo de hoje

Uma declaração pública de Pelé anos atrás — “Os brasileiros não estão preparados para votar” — causou uma grande polêmica no país. Agora, uma pesquisa de opinião realizada pela Ipsos Public Affairs — empresa francesa que trabalha no Brasil desde 1997 — constatou que o rei do futebol não estava totalmente equivocado.

Ela mostra que apenas três de cada dez brasileiros são capazes de identificar um ministro, um senador ou um deputado federal.

O estudo da Ipsos foi feito em 70 cidades, incluindo nove regiões metropolitanas. O resultado demonstrou que, mesmo na faixa com mais alto nível de educação, a ignorância política também é grande.

Nada menos do que 41% dos que cursaram universidade foram incapazes de mencionar o nome de um político. No geral, apenas cinco de cada dez das classes A e B foram capazes de citar corretamente um político. Na classe C o índice foi de 38% e nas D e E, de 20%. (José Meirelles Passos)

Corrida Presidencial


Sensus: pré-candidatura de Ciro favorece Dilma na disputa com Serra
Governador de SP segue na frente com 33,2%; Dilma tem 27,8%


Do Globo - Maria Lima e Gerson Camarotti

BRASÍLIA. A pré-candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência da República beneficia, neste momento, a candidatura da petista Dilma Rousseff, pois a coloca em situação de empate técnico com seu principal adversário, o tucano José Serra. Sem Ciro na disputa, Serra amplia sua vantagem sobre Dilma; mas a petista segue crescendo em qualquer cenário.

Segundo pesquisa do Instituto Sensus divulgada ontem pela Confederação Nacional dos Trabalhadores (CNT), Serra segue na frente com 33,2% das intenções de votos (contra 31,8% em novembro), Dilma, com 27,8% (21,7% em novembro), Ciro com 11,9% (17,5% em novembro) e Marina Silva (PV) com 6,8% (5,9% em novembro). Na margem de erro, a intenção de voto em Serra varia de 30,2% a 36,2%.

E Dilma, de 24,8% a 30,8%.

No cenário sem Ciro, entretanto, o tucano sobe para 40,7% (40,5% em novembro), Dilma Rousseff fica com 28,5% (23,5% em novembro) e Marina Silva vai a 9,5% (tinha 8,1% em novembro). No segundo turno com Dilma, José Serra venceria com 44% (tinha 46,8% em novembro) e a petista com 37,1% (Tinha 28,2% em novembro).

O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, comemorou o resultado e disse que Dilma cresce a cada pesquisa, com ou sem Ciro. Ele contestou a avaliação de que a presença de Ciro na disputa favorece Dilma: — Essa pesquisa está sendo interpretada da forma errada. O que tem de comparar é a evolução de Dilma nas pesquisas.

Bradesco, marca de valor


Para nós da comunicação um fato histórico: o Bradesco tem a nona marca bancária mais valiosa do mundo à frente de gigantes globais como o JPMorgan e o Credit Suisse.

O noticiário de política de hoje destaca a pesquia CNT-Sensus com uma mesma conclusão: Ciro favore Dilma na corrida presidencial.

O Estadão traz a informação de que a Suécia faz nova ofensiva para a venda de seus caças. E, na abertura do ano judiciário, Sarney reaparece criticando a edição de Medidas Provisórias.

Em economia, Belo Monte é o destaque, já que teve liberada sua licença ambiental não sem uma 40 exigências do Ibama. A obra vai custar R$ 1,5 bilhão. Outra novidade é o projeto Ctrl C, Ctrl V do Banco Central para limitar a remuneração dos executivos dos bancos, copiado da proposta apresentada por Obama no meio da crise.